21.1.08

A noite em que os extra-terrestres desceram ao Porto (Coldfinger + The Go! Team - Casa da Música, Porto - 19.01.2008)

The Go! Team
Bruno Raposo

Mais fotografias aqui.


Dia 19 de Janeiro de 2008, viagem Coimbra – Porto com destino a mais uma noite de "Clubbing", na Casa da Música, evento em tons cor-de-laranja, promovido por uma operadora de telemóveis.

O objectivo: assistir ao 3º concerto dos ingleses The Go! Team em Portugal, eles que tinham estado na noite anterior no Lux, em Lisboa, e no ano passado no Oeiras Alive.

Antes de subirem ao palco os rapazes e raparigas de Brighton, passaram pela Sala 2 da Casa da Música, toda forradinha a painéis vermelhos que proporcionam uma óptima acústica, os lisboetas Coldfinger de Margarida Pinto e Miguel Cardona que proporcionaram um concerto algo morno, ao som do seu último LP ‘Supafacial’, editado em 2007, após um interregno de 5 anos.

Mas quem lá estava, estava lá para outra coisa e não teve grande dificuldade em responder à pergunta/grito de abertura da MC Ninja: “Who came here to partyyyyy?!”
Se a Casa da Música é muitas vezes comparada a um OVNI, então os The Go! Team foram os seus dignos ocupantes, disparando feixes de energia sonora altamente dançável para os terráqueos que estavam à sua frente.

É difícil descrever esta banda, até porque os seus elementos saltitavam freneticamente entre todos os instrumentos, que incluíam duas baterias, (uma não chegava, pois claro!...). Mas é também impossível não nos rendermos praticamente de imediato a uma vocalista que parece que veio directa do Bronx onde estava a saltar à corda com as amigas, duas meninas com a tranquilidade tipicamente oriental (uma mais voltada para a guitarra e outra para a bateria), um outro baterista que também debitava feed-back na guitarra e se agarrava a uma gaita de beiços, um teclista com ar nórdico e com vontade de experimentar, e, finalmente, um baixista com o aspecto de quem saiu de uma série americana do final dos anos 70, ele que ao longo de todo o concerto se manteve (quase) fiel às suas 4 cordas, tendo-as apenas deixado no ‘encore’ para se dedicar de alma e coração a um xilofone.

O alinhamento (pedaço de papel muito cobiçado no final do concerto) intercalou temas dos seus dois discos, ‘Thunder, Lightning, Strike!’, de 2004 e ‘Proof Of Youth’, do ano passado, com destaque para ‘Grip Like a Vice’ e ‘Ladyflash’. Apenas ficou a faltar a muito requisitada versão de ‘Bull In The Heather’, dos Sonic Youth, que Ian Parton e Kaori Tsuchida nos negaram com um sorriso.

Os The Go! Team são, de facto, uma equipa que não sabe para onde vai... E o melhor, é que nós também não.

(Ainda uma dica, daquelas de reportagem turística para uma revista da especialidade: Não deixar escapar a oportunidade de jantar no restaurante/tasca ‘Reis & Soares’, mesmo na Rotunda da Boavista. Um local muito peculiar…)


Ricardo Jerónimo

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